segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O evangelho do “não julgamento”!




Amor em ação é uma coisa dura e terrível, em comparação com o amor em sonhos!

- Fiódor  Dostoiévski -  Os Irmãos Karamazov -

A Lei expôs o pecado, afrontou o pecado e o condenou. O propósito da Lei era, por assim dizer, tirar a tampa da respeitabilidade do homem e expor o que ele realmente é abaixo da superfície — pecador, rebelde, culpado, sob o julgamento de Deus e sem esperança para salvar-se a si mesmo.


Tire a noção de julgamento da Lei e você rouba o cristianismo de qualquer esperança de satisfazer o nosso anseio de justiça, um desejo construído em nós por nosso Deus sábio e justo que onde vê o pecado pune, mesmo quando o pecado foi colocado sobre o Seu filho amado. O evangelho do “não julgamento” não consegue lidar com o problema do mal e da maneira prejudicial com que nós, humanos, tratamos uns aos outros e o pior de tudo, como tratamos o Deus eterno. Assim que ao tirar o julgamento, tiramos os traços da gravidade do nosso pecado. Uma vez que perdemos de vista o nosso pecado, acontece o inevitável, um curto-circuito em toda nossa experiência da Gratidão poderosa que vem de receber a graça.


Hoje, deve-se permitir que a Lei faça a tarefa que Deus lhe confiou. Uma das grandes falhas da Igreja contemporânea é a tendência de abrandar o pecado e o julgamento.


De maneira semelhante aos falsos profetas, nós tratamos da ferida do povo de Deus "... como se não fosse grave" (Jr 6.14 - E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.; 8.11 - E curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometerem abominação? Não; de maneira nenhuma se envergonham, nem sabem que coisa é envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem e tropeçarão no tempo em que eu os visitar, diz o SENHOR.).


Veja como Dietrich Bonhoeffer expõe essa ideia: "É apenas quando alguém se submete à Lei que ele pode falar da graça... Não acho que seja cristão querer chegar ao Novo Testamento de forma muito rápida e direta". Jamais devemos ignorar a Lei e ir direto ao evangelho. Fazer isso é contradizer o plano de Deus na história bíblica.





Essa não é a razão pela qual o evangelho não é apreciado hoje em dia? Alguns o ignoram, outros o ridicularizam. Então, em nosso evangelismo moderno, jogamos pérolas aos porcos (e a pérola mais cara de todas,  o evangelho).


As pessoas não conseguem ver a beleza da pérola, porque não têm o conceito da imundícia do chiqueiro. Nenhum homem aceita o evangelho antes que a Lei, primeiro, revele a esse homem sua própria natureza e essência.


É apenas na escuridão profunda do céu noturno que as estrelas começam a aparecer, bem como também é apenas no pano de fundo escuro do pecado e do julgamento que o evangelho brilha.


Não admitimos nossa necessidade de abraçar o evangelho, para que este cure nossas feridas, antes de a Lei nos ter injuriado e derrotado.


Jamais ansiaremos para que Cristo nos liberte antes de a Lei nos prender e aprisionar. Jamais buscaremos Cristo para ser justificados e viver, antes de a Lei nos condenar e matar. Jamais acreditaremos em Jesus, antes de a Lei nos levar ao desespero. Jamais nos voltaremos para o evangelho, para que este nos leve ao céu, antes de a Lei nos rebaixar até o inferno.


Se existiu uma geração que precisa ouvir sobre o pecado e esta geração presente, pois tendência de toda a nossa geração é ter pensamentos triviais sobre o pecado.

O diabo pode pintar o pecado com o vermelho vivo do prazer e do lucro, pode fazê-lo parecer com o belo; mas devo arrancar a pintura, de modo que você veja a feia face do pecado.
O pecado não é somente uma apostasia, mas uma corrupção.

É para o espírito como a ferrugem para o ferro, e como uma mancha para a beleza. Ele deixa a alma rubra com a culpa e negra com a torpeza. O pecado, nas Escrituras, é comparado a uma "coisa imunda" (Is 30.22) e a uma "chaga do seu coração" (lRs 8.38).

Mas banimos o pecado de nossa pregação por adorarmos o pragmatismo, a aceitação e o sucesso. Mas quando de fato o Espírito trabalha no coração de um homem o resultado  é este:"Então vocês se lembrarão dos seus caminhos maus e das suas ações ímpias, e terão nojo de si mesmos por causa das suas iniqüidades e das suas práticas repugnantes.” Ezequiel 36:31 - Só daí flui o verdadeiro arrependimento.
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